domingo, 28 de junho de 2020

Nefrite crônica em cão



 A persistência do agente lesivo por semanas ou anos, é um estimulo constante para a reação inflamatória. Geralmente é provocada por irritantes de baixa intensidade e quando a resistência do organismo é alta. Aqui os sinais cardeais da inflamação não são tão evidentes como nos processos agudos. Do ponto de vista morfológico, a nefrite crônica se caracteriza histologicamente por reação proliferativa, com predominância de mononucleares no infiltrado celular (macrófagos, linfócitos e plasmócitos) e às vezes células gigantes. Na nefrite crônica renal há presença de tecido conjuntivo maduro representado macroscopicamente como mostra as fotos pelas áreas brancacentas e uma resistência mais firme do órgão e seu volume diminuído. Evidencia-se abaixo a diferença entre inflamação aguda e cônica.
Inflamação aguda                                     Inflamação crônica
Curta duração                                                    Longa duração
Agente lesivo severo                                        Agente lesivo discreto
Alteração vascular definida                             não muito definida
Exsudação abundante                                      Exsudação escassa
Consistência mole                                             Consistência firme
Não tem fibrose                                                 tem fibrose


terça-feira, 23 de junho de 2020

Bócio simples em bezerro recém nascido

Também denominado bócio coloide ou ainda endêmico sendo um termo que se aplica a qualquer aumento de tamanho não inflamatório nem neoplásico da glândula tiroide com hipotireoidismo clinico ou subclínico. Pode aparecer em forma difusa ou nodular como neste postamento ou em ambas simultaneamente. Quando se trata de bócio nodular pode aparecer dificuldade para diferencia-lo com a neoplasia. Todas as classificações do bócio são essencialmente morfológicas, e geralmente inadequadas, porque não se conhecem bem os detalhes sobre as causas ou interrelações dos diversos tipos. As formas difusas, ou coloidal (bócio simples) e a hiperplasia que é o bócio parenquimatoso, são as mais frequentes e importantes nos animais, e indicam respectivamente carências efetivas de iodo. Quero nesta oportunidade agradecer ao meu grande amigo e ídolo o Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro pelo envio das fotos e vídeos, e por permitir o postamento deste caso. Veja a foto e o video abaixo, inclusive mostrando o bezerro mamando.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Dioctophyma renal em cão

É um verme gigante do rim. É o maior dos nematoides que parasita o rim. O verme é vermelho, cilíndrico, e com medidas de 20 a 100 cm de comprimento por 4 a 12 mm de diâmetro, sendo os machos menores. São encontrados somente nos cães que foi o caso, olhar as fotografias ao lado, e outros mamíferos carnívoros como o lobo que é comum, porém se tem descrito em bovinos e equinos. Este verme quase sempre está no rim direito. Os sinais clínicos se desenvolvem à medida que o verme vai crescendo e atingindo sua maturidade. Pode haver perda de peso, hematúria, micção frequente, inquietude e sinais de dor intensa abdominal ou lombar. Sua distribuição é incerta e o parasito não é frequente, porém se apresenta na Europa e América do Norte e do Sul. O ciclo evolutivo não e perfeitamente esclarecido. Os ovos se eliminam com a urina, são muito resistentes no ambiente externo e podem sobreviver durante cinco dias ou mais. A incubação pode requerer alguns meses, dependendo das condições climáticas. As primeiras larvas podem utilizar certos anelídeos como primeiros hospedeiros intermediários, enquistando-se em suas cavidades orgânicas. O segundo hospedeiro intermediário é um peixe. Seu ciclo evolutivo para passar desde o ovo até adulto requer um tempo perto de dois anos. Os vermes adultos vivem na pelve renal, porém podem enquistar-se em uma cavidade orgânica, útero, glândula mamaria e bexiga. Os adultos são bastante destrutivos, produzindo inicialmente uma pielite hemorrágica que pode mais tarde vir a ser supurada, e o parênquima então é progressivamente destruído até que a o local contenha apenas o verme e o exsudato. Estas fotografias deste verme foram tiradas pela nossa amiga e colega Medica Veterinária Camila Bento em Uberlândia em 16-06-20 a qual o blog presta o devido agradecimento lembrando que todos os conhecimentos que adquirimos são de propriedade coletiva. Lembrar que este mesmo blog tem um postamento deste verme em uma loba.