terça-feira, 30 de junho de 2015

Teleangiectasia em fígado de bovino

A teleangiectasia ou também denominada angiomatose hepática é uma ectasia cavernosa de grupos de sinusóides que se dá em todas as espécies, porém é particularmente frequente nos bovinos. O único significado da lesão é econômico, já que os fígados afetados são, sem razão, eliminados por não considera-los aptos para o consumo humano. A causa e patogenia das lesões são desconhecidas, e nenhuma das múltiplas teorias propostas para expressa-la resulta satisfatória. Macroscopicamente a lesão se mostra como zonas vermelho escura deprimidas de forma irregular porém bem circunscritas e com tamanho variável desde 1 mm até 2-3 cm como mostra as fotos. Na superfície de corte aparecem como compostas por compartimentos de aspecto reticular, dos quais sangue quando comprimidas. Esta não mostra nenhuma reação de significado.

domingo, 28 de junho de 2015

Pericardite fibrinosa em vaca mestiça

Esta inflamação do saco pericardico foi enviado para este blog pela minha amiga Helena Maia do 5º período da UFV, a qual agradeco a colaboração. Este coração pertencia à uma vaca mestiça eutanasiada onde uma foto representa a aderência do saco pericárdio ao epicárdio e a outra mostrando a mesma área após a remoção da aderência. A pericardite fibrinosa é também denominada seca, dada a natureza sólida de seu exsudato. Esta alteração pode ser resultante de infecções linfohematógenas ou de processos inflamatório de tecidos adjacentes. As causas microbianas é bastante variada no bovino como: pode fazer parte a encefalite bovina esporádica, pleuropneumonia contagiosa, pasteurela, clostrídios, e de diversas infecções neonatais por colibacilose cuja via de entrada seria o umbigo. Macroscopicamente raramente se encontra uma quantidade apreciável de exsudato líquido. A exsudação da fibrina no saco pericárdico está ao redor do epicárdio cobrindo-o mais ou menos quase toda a sua totalidade como mostra as fotos. Esta fibrina tem um tonalidade branco amarelada. 

sábado, 27 de junho de 2015

Hipotrofia testicular em um bode

Este postamento da hipotrofia testicular em um bode só foi possível devido à uma grande amiga a acadêmica Helena Maia do 5º período da UFV que enviou as fotos e o devido histórico que gentilmente permitiu a este modesto blog o seu postamento. A hipotrofia testicular nos animais também chamada impropriamente atrofia, é a diminuição do tamanho do órgão que anteriormente tinha alcançado seu tamanho normal. A hipotrofia ocorre quando as células do testículo possivelmente receberam uma nutrição insuficiente ou devido a sofrerem alterações de seus processos metabólicos. Como se observa nas fotografias cedidas pela acadêmica acima citada o testículo é menor e mais leve que o normal e sua consistência é mais firme e endurecida. Sua cápsula é enrugada dando uma evidente indicação de hipotrofia do parênquima.


Pericardite fibrinosa em bovino

Esta alteração inflamatória do pericárdio pode ser resultante de uma infecção hematógeno, porém também pode derivar-se de uma inflamação linfática desde um processo inflamatório dos tecido adjacentes. as causas são bastantes variadas, e dentre elas pode-se dizer que elas podem estar acompanhadas das septicemias estreptocócicas, pasteurelas, clostridiose e a salmonelose bovinas. A exsudação da fibrina como mostra a foto pode estar ao redor da base do coração ou estendo-se cobrindo o pericárdio e epicárdio. A fibrina tem uma coloração branco acinzentada. Este tipo de inflamação pode mostrar uma aparência macroscópica que lembra o pão com manteiga devido ao seu aspecto aveludado.

Nefrite intersticial focal em bovino

Esta alteração inflamatória renal focal não supurativa normalmente é uma inflamação que antecede a nefrite difusa, porém se localizando em múltiplos focos discretos como mostra a fotografia. A forma mais conhecida desta nefrite intersticial focal melhor conhecida é a que corresponde ao chamado rim de manchas brancas dos bezerros. É bastante frequente. Parece ter pouco significado, porque se trata essencialmente de um achado acidental em bezerros jovens que possivelmente se potencializa com a idade do animal. A lesão tipica são manchas ou nódulos branco acinzentados visível através da cápsula que podem penetrar pela cortical renal. Estas manchas ou nódulos podem medir de 0.5 a 01 cm de diâmetro como mostra a foto. A capsula pode desprender-se com facilidade ou pode mostrar aderências fibrosas ou fibrinosas na superfície de um ou vários nódulos, se for uma alteração mais cronica. 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Necrose muscular

As necroses musculares podem ser causadas por traumatismos, agentes tóxicos ou enfarte. Macroscopicamente a massa comprometida vai depender da área comprometida que pode ter um tamanho milimétrico até centimetrico com a cor amarelada ou branca acinzentada como mostra a foto deste postamento.

Mesotelioma em bovino

São neoplasias originários da serosa do peritôneo. Não são frequentes nos animais domésticos, mas são mais conhecidos e de maior ocorrência nos bovinos. São neoplasias semelhantes aos mesoteliomas cerebrais. O aspecto macroscopico como mostra as fotos é semelhante às lesões da tuberculose perlada bovina, mas sem duvida não sofrem mineralização. O s nódulos neoplásicos são individualizados ou como placas irregulares rugosas no peritôneo parietal e visceral, com uma superfície carnosa que pode ser papilosa com um aspecto central gorduroso. Esta neoplasia pode levar a uma ascite e também promover freqüentemente opacidade das serosas não neoplásicas, mas não há fibrosamento daí diferenciando da peritonite cronica em que há fibrose.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Enfarte renal em bovinos

Os infartos renais são lesões comuns produzidas por oclusão embólicas ou trombóticas da artéria renal ou de algum de seus ramos, ou seja enfarte é uma área de necrose circunscrita consequente a obliteração súbita de um vaso sanguíneo que irriga uma região sem adequada circulação colateral. Macroscopicamente a maioria dos enfartes renais tem a forma de cone com o ápice no ponto da embolia ou da trombose e com a base na superfície do órgão. Então como mostra a foto um corte do ápice à base mostrará a forma de cunha ou leque. No inicio a área enfartada é edemaciada e vermelho escuro devido a distensão dos capilares por sangue. Tem consistência mais mole. Geralmente após certo tempo torna-se pálida (olhar foto), de consistência mais dura que os tecidos adjacentes com a margem vermelha. Os enfartes vermelhos tendem a fazer saliência nos tecido adjacentes, ao passo que o enfarte anêmico tende a ser ligeiramente deprimido. Os enfartes antigos aparecem claramente como depressões enrugadas na superfície. Os enfartes renais são frequentes e são quase sempre anêmicos. Via de regra são achados de necropsia. Podem ser multiplos. Sua cicatrização frequentemente deixa uma depressão fibrosa. 


Hipotrofia hepática em bovino

É uma alteração regressiva congênita ou adquirida que alguns autores chamam de atrofia hepática. Neste caso abordado pelo blog é um tipo de hipotrofia adquirida observada em um matadouro municipal. O fígado pode sofrer um hipotrofia generalizada ou circunscrita. Quando generalizada pode ser devido a uma subnutrição e de alguns fenômenos degenerativos do órgão. Macroscopicamente o órgão mostra-se diminuído de volume, com seus bordos afinalados e consistência aumentada. As hipotrofias circunscritas ou parciais são determinadas quase sempre por compressão por abscessos, neoplasias, etc.   


Nefrite em bovinos

É uma inflamação do rim, podendo ser agudas e cronicas, purulentas e não purulentas. A nefrite intersticial é a mais frequente nos animais. As lesões desenvolvem-se no tecido conjuntivo intesticial do órgão, sendo uma alteração bastante comum em bovinos. A nefrite aguda o rim pode estar tumefeito com capsula facilmente destacável e na sua superfície apresenta pontos milimétricos ou áreas brancacentas que podem se aprofundar pela cortical como demonstra as fotos, mas quando evolui para a cronicidade o rim assume um aspecto granuloso e diminuído de volume e duro ao corte, e sua capsula desprende-se com dificuldade. Existe nos bovinos uma nefrite intersticial focal, que é o chamado "rim de manchas brancas dos bezerros" que segundo alguns autores citam como sequela da colibacilose.


domingo, 21 de junho de 2015

Enterite hemorrágica em bovinos

A inflamação hemorrágica do intestino é verificada quando as hemácias que deixaram o vaso por diapedese são os principais constituintes do exsudato. Este exsudato pode conter soro, leucócitos, e sobretudo fibrina. Este tipo de inflamação é visto nos tecidos em algumas doenças geralmente septicemias tais como carbúnculo sintomático, salmoneloses, leptospirose, pasteurela, laringotraqueite, etc. Além do intestino, também o estomago e pulmão são as localizações preferenciais para este tipo de inflamação. As causas mais comuns da inflamação hemorrágica são as bactérias e vírus, que causam doenças como já citadas acima. Podem ainda ser causadas por agentes químicos (fenol, arsênio, fósforo, clorofórmio). Estes tóxicos concentrados atacam as mucosas ou são eliminados por elas especialmente no intestino, vesícula biliar e bexiga. Macroscopicamente o exsudato na área de inflamação tem aspecto róseo ou vermelho de acordo com a quantidade de hemácias. Pode estar na forma liquida ou coagulado, dependendo da quantidade de fibrina. Deve haver bastante cuidado para não se confundir inflamação hemorrágica com hiperemia passiva. É um erro frequente de diagnóstico principalmente em bovinos quando há hiperemia passiva no trato intestinal. A diferença é que na inflamação hemorrágica, há maior evidência dos sinais cardeais da inflamação. A inflamação hemorrágica deve ser também diferenciada da hemorragia. Na primeira, estão presentes os sinais cardeais da inflamação, a saída do sangue é mais por diapedese. Na hemorragia não são vistos os sinais cardeais da inflamação e o sangue escapa de uma ou poucas áreas locais ou nas feridas. 

Cisto urinário congenitos em bovino

Os cistos congênitos podem ser poucos e grandes (simples) ou pequenos e numerosos (policísticos). Os cistos simples podem ser múltiplos ou únicos e variar amplamente o seu tamanho sendo comumente de 1.5 cm de diâmetro, porém em ocasiões mostram um volume maior que o resto do rim como mostra a foto do rim dependurado no gancho. Normalmente estão limitados à córtex, e os que afetam a medular renal devem ser diferenciados da hidronefrose. São mais comuns nos suínos e menos frequentes nos bovinos, em cuja espécie um cisto único afeta quase todo rim como 
                                                      mostra a foto. O conteúdo do cisto é seroso e a cavidade esta revestida de um epitélio liso, brilhante, envolto por uma delgada capsula. Os rins policísticos não são frequentes, mas podem ser observados em bezerros onde ambos os rins estão afetados. A superfície de corte do rim mostra uma aparência semelhante a um favo de mel irregular como mostra a outra foto. O tamanho dos cistos varia consideravelmente, e contém fluido claro ou seroso vermelho. São estruturas integrais que não parecem comunicar entre si. 

Cisto hepático congenito em bovino

O cisto hepático congênito se dá em todas as espécies. Sua origem é bastante diversa. Podem ser devido a uma anomalia da fusão da porcão inter e intralobulares; falta de involução dos colangíolos superficiais ou estabelecimento do sistema ductal com subsequente a um desenvolvimento de zonas localizadas de atresia. O numero, tamanho e localização é bastante variado como mostra as fotos deste postamento. As paredes são de tecido conjuntivo. O conteúdo do cisto é claro e seroso. Estes cistos podem ser solitários ou múltiplos ou associados com cisto pancreático, e rins policísticos.   



sábado, 20 de junho de 2015

Cisticercose bovina

Os bovinos estão relacionados entre as espécies que mais frequentemente são parasitadas pelas larvas da Echinococcus granulosas. Macroscopicamente os cistos apresentam-se sob a forma de vesículas, envolvidas por capsula conjuntiva, medindo de 0.5 a 1.5 cm de diâmetro e repletas de liquido aquoso, sob tensão e sem odor, nas quais pode-se observar sedimentos do tipo "arenoso" e ao corte observa-se uma capsula espessa e esbranquiçada. Além desses detalhes, pode-se notar os órgãos aumentados de volume em função da presença de grande numero de cistos.


Cirrose hepática em bovino

Entende-se por cirrose hepática um processo degenerativo cronico e progressivo do figado, caraterizado por proliferação de seu tecido conjuntivo, degeneração e necrose do parênquima com regeneração de hepatócitos e dutos biliares e, por fim, distorção da arquitetura do órgão. Tem as mais variadas causas, como deficiência dietética, certas infecções, alcalóides do grupo da pirrolidina presentes em certos vegetais, parasitos, etc. Como se observa nas fotos deste postamento o órgão cirrótico apresenta uma diminuição do seu tamanho ficando com sua consistencia mais firme, e sua superfície apresentando nodulações desde milimétricas até centimétricas.


Bursite cervical em bovinos

É uma inflamação aguda ou cronica da bolsa cervical que pode produzir se em todas as espécies. A bolsa comprometida neste caso foi a cervical com mostra as fotos. A etiologia esta relacionada com traumas discretos ou infecção como a brucelose. Em bovinos esta lesão é de difícil visualização à inspeção sanitária ante mortem, sendo no exame pós mortem que a bursite pode ser diagnosticada macroscopicamente como vê-se nas fotos deste postamento. Alguns autores consideram esta lesão como indicativa de brucelose.

Adenoma hepatocelular em bovinos de matadouro

Os tumores ou neoplasias epiteliais hepáticas mais comum derivam das celulas hepáticas e dos ductos biliares intrahepáticos. As neoplasias das celulas hepáticas, tanto benignos (adenomas) como malignos (adenocarciomas) tem a sua maior incidência nos coelhos, cães e bovinos. Os adenomas hepatocelulares também denominados adenomas hepáticos são geralmente simples, pequenos projetando-se como nodulos lisos, às vezes lobulados e às vezes pedunculados como demonstra as fotos relacionadas. São moles de cor marrom ou amarelo, alguns pigmentados pela bile. A demarcação é mais ou menos nítida por uma capsula conjuntiva.


Abscessos pos vacinal em bovinos em frigorifico

Estimativas de perdas econômicas locais causadas por reações pós vacinais como abscessos, hematomas ou por reação granulomatosa em bovinos após usos de vacina oleosa contra febre aftosa em bovinos no Brasil é muito grande. Isto ocorre durante os meses da vacina. Estas lesões localizam-se nas regiões do acém, pescoço, cupim e paleta como mostra as fotos deste postamento. Carece de estudos detalhados destas perdas que são bastante significativas.



Hepatite purulenta em bovinos

Este tipo de inflamação constituem as mais graves formas da inflamação hepática. O processo carateriza essencialmente pela formação de abscessos hepáticos que podem ser primários ou secundários. Os primeiros oram resultam da ação de agentes traumatizantes externos, ora da ação de corpos estranhos originários de diferentes partes do tubo digestivo. Nos abscessos secundários o processo piogênico pode ter acesso ao figado por vias onfalogenicas que é a forma mais comum em bovinos, portogenas, arteriogenas, colangiogenas, linfogenas e por extensão. Dos agentes piógenos o mais comum em bovinos é o Corinobacterio piógenos. O principal  constituinte do abscesso é o pus que pode ser branco, amarelo, verde, vermelho ou azulado, dependendo da especie animal e do agente etiologico. 


Tuberculose perlada nos bovinos

Apesar das semelhanças das lesões da tuberculose, na maioria das espécies, existem certas diferenças na reação dos tecidos que são mais ou menos especificas. Como é aceito que a tuberculose bovina pode ser adquirida por inalação ou ingestão, é evidente que a localização do complexo primário que é a primeira lesão tuberculosica de um organismo, sendo assim chamado porque compõe-se dos dois elementos fundamentais da tuberculose que é a lesão primária no ponto de inoculação, acompanhada de lesão do linfonodo regional satélite correspondente à região infectada. O aspecto da lesão tuberculosa nos bovinos é semelhante a todos as lesões, mas apresenta certas particularidades, às vezes como extensas áreas de caseificação e mineralização, principalmente nos linfonodos e tendência a se disseminar nas serosas, principalmente pleura e peritôneo. Nestas membranas os tubérculos de forma nodular, de vários tamanhos são disseminados na superfície como mostra na serosa intestinal dando a chamada "tuberculose perlada".