quinta-feira, 8 de março de 2018

Tétano em bezerro e em um cavalo

O tétano é uma toxi-infecção altamente letal que atinge quase todos os mamíferos. É uma toxemia causada por absorção de uma neurotoxina especifica do tecido infectado pelo agente etiológico a bactéria Clostridium tetani (ou Bacilo de Nicolaier), que mede em torno de 2,5 por 0,5 µm. A penetração do esporo dessa bactéria nas feridas ou solução de continuidade da pele leva a uma consequente multiplicação e síntese de uma potente neurotoxina (em condições de anaerobiose), conhecida como tetanospasmina. Esta, por sua vez, atua no sistema nervoso central barrando a liberação de neurotransmissores inibitórios das fendas pré-sinápticas, especialmente a glicina, resultando na paralisia espástica. Esta bactéria é encontrada no ambiente, como no solo e fezes de animais, em todo o mundo. Acomete diversas espécies de animais domésticos, mas os equinos são os mais susceptíveis (inclusive, mais do que o homem), seguidos dos ovinos, caprinos e bovinos. A infecção normalmente ocorre por meio de feridas acidentais ou cirúrgicas, que entram em contato com o esterco ou o solo. Os potros recém-nascidos estão sujeitos a infectar-se por via umbilical. Neste posta mento mostra-se o tétano em um bezerro e um equino. Nos bovinos, a doença pode se alojar por meio de feridas causadas da colocação de argola no focinho, da descorna, da castração e de traumatismos durante o parto. Já nos ovinos e caprinos, a instalação da doença se dá, principalmente, por meio da tosquia, marcações, caudectomia e castração, mas pode também ser consequente de uma metrite pós-parto. As aves são muito resistentes, sendo necessária uma dose letal de toxina, sobre a base de peso corporal, de 10.000 a 300.000 vezes maior. Os sinais clínicos são similares em várias espécies de animais. Inicia-se pelo aparecimento de rigidez muscular, acompanhada por tremores, trismo e prolapso de terceira pálpebra; juntamente observa-se expressão alerta com orelhas posicionadas eretas, retração das pálpebras, dilatação das narinas, leve timpanismo, hiperestesia e como mostra a foto do equino onde ele apresenta aumento do quadrilátero de sustentação. A evolução para o óbito ocorre devido à parada respiratória, sendo observadas lesões significativas na necropsia.
O diagnóstico é essencialmente feito por meio do exame clínico, histórico e quadro clínico apresentado pelo animal. Contudo, pode ser realizado o diagnóstico laboratorial feito por meio da demonstração da neurotoxina, esfregaço direto ou cultura anaeróbia de material proveniente da ferida e baço.
O tratamento visa eliminar o agente etiológico, neutralizar a ação das toxinas, controlar os espasmos musculares e realizar terapia suporte. Inicialmente administra-se soro antitetânico por via intravenosa, repetindo quando for preciso; a alimentação fornecida deve ser de fácil deglutição; o animal deve ser mantido em ambiente escuro, sossegado e isolado. Devem ser realizadas drenagem e higienização da lesão (ou das lesões) com água oxigenada, infiltração de Penicilina G ao redor da desta (intramuscular). Pode ser feito uso de fármacos relaxantes musculares. A profilaxia do tétano é feita por meio da vacinação anual dos animais (em especial, equinos); utilização do soro antitetânico antes da realização de procedimentos cirúrgicos ou depois de ferimos que possam facilitar a infecção; evitar o contato de feridas profundas com o ambiente; tomar cuidado com a assepsia do instrumental cirúrgico e antissepsia das lesões; eliminar objetos pontiagudos do ambiente onde o animal vive.

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