O tétano é uma toxi-infecção altamente
letal que atinge quase todos os mamíferos. É uma toxemia causada por absorção de uma
neurotoxina especifica do tecido infectado pelo agente etiológico a bactéria Clostridium
tetani (ou Bacilo de Nicolaier), que mede em torno de 2,5 por 0,5 µm.
A penetração do esporo dessa bactéria nas feridas ou solução de continuidade da
pele leva a uma consequente multiplicação e síntese de uma potente neurotoxina
(em condições de anaerobiose), conhecida como tetanospasmina. Esta, por sua vez, atua no sistema nervoso central
barrando a liberação de neurotransmissores inibitórios das fendas pré-sinápticas, especialmente a glicina,
resultando na paralisia espástica. Esta bactéria é encontrada no ambiente,
como no solo e fezes de animais, em todo o mundo. Acomete diversas espécies de
animais domésticos, mas os equinos são os mais susceptíveis (inclusive, mais do
que o homem), seguidos dos ovinos, caprinos e bovinos. A infecção normalmente
ocorre por meio de feridas acidentais ou cirúrgicas, que entram em contato com
o esterco ou o solo. Os potros recém-nascidos estão sujeitos a infectar-se por
via umbilical. Neste posta mento mostra-se o tétano em um bezerro e um equino. Nos
bovinos, a doença pode se alojar por meio de feridas causadas da colocação de
argola no focinho, da descorna, da castração e de traumatismos durante o parto.
Já nos ovinos e caprinos, a instalação da doença se dá, principalmente, por
meio da tosquia, marcações, caudectomia e castração, mas pode também ser
consequente de uma metrite pós-parto. As aves são muito resistentes, sendo
necessária uma dose letal de toxina, sobre a base de peso corporal, de 10.000 a
300.000 vezes maior. Os sinais clínicos são similares em várias espécies de
animais. Inicia-se pelo aparecimento de rigidez muscular, acompanhada por
tremores, trismo e prolapso de terceira pálpebra; juntamente observa-se
expressão alerta com orelhas posicionadas eretas, retração das pálpebras,
dilatação das narinas, leve timpanismo, hiperestesia e como mostra a foto do equino onde ele apresenta aumento
do quadrilátero de sustentação. A evolução para o óbito ocorre devido
à parada respiratória, sendo observadas lesões significativas na necropsia.
O diagnóstico é essencialmente feito por meio do exame clínico,
histórico e quadro clínico apresentado pelo animal. Contudo, pode ser realizado
o diagnóstico laboratorial feito por meio da demonstração da neurotoxina,
esfregaço direto ou cultura anaeróbia de material proveniente da ferida e baço.
O tratamento visa eliminar o agente etiológico, neutralizar a ação das
toxinas, controlar os espasmos musculares e realizar terapia suporte. Inicialmente
administra-se soro antitetânico por via intravenosa, repetindo quando for
preciso; a alimentação fornecida deve ser de fácil deglutição; o animal deve
ser mantido em ambiente escuro, sossegado e isolado. Devem ser realizadas
drenagem e higienização da lesão (ou das lesões) com água oxigenada,
infiltração de Penicilina G ao redor da desta (intramuscular). Pode ser feito
uso de fármacos relaxantes musculares. A profilaxia do tétano é feita por
meio da vacinação anual dos animais (em especial, equinos); utilização do soro
antitetânico antes da realização de procedimentos cirúrgicos ou depois de
ferimos que possam facilitar a infecção; evitar o contato de feridas profundas
com o ambiente; tomar cuidado com a assepsia do instrumental cirúrgico e antissepsia
das lesões; eliminar objetos pontiagudos do ambiente onde o animal vive.
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