segunda-feira, 29 de julho de 2019
Colelitíases
É a nomenclatura
dada à formação de cálculos na vesícula biliar. Estes cálculos são chamados
colélitos e constituem achado relativamente raro em animais domésticos. Parece
serem menos raros em bovinos do que em outros animais. Já foram relatados em
galinhas e nos ductos biliares de cavalo. Seu tamanho pode variar d grão de
areia a ovo de galinha e quanto ao número podem ser únicos ou múltiplos como as
fotos. A explicação para a sua extrema raridade em cães e sua ocorrência em
bovinos provavelmente reside em diferenças na constituição química da bile
destes animais. Uma das diferenças importantes da bile é que a fração de ácidos
graxos saponificáveis é relativamente alta em cães, ao passo que nos bovinos e
suínos é baixa em comparação a fração de colesterol não saponificável. Se os
ácidos graxos não podem manter o colesterol em solução, formam-se cálculos
biliares. Quanto à composição química dos cálculos conhecem-se três tipos de
colélitos: Cálculos de colesterol que são grandes, brancos, leves, contendo
cristais brilhantes de colesterol, radialmente arranjados. Alguns são levemente
untuosos ao tato e flutuam na água; O segundo tipo é também chamado de cálculo
pigmentar, tem como principal componente a bilirrubina precipitada e seca.
Estes cálculos são de cor preta, friáveis, como neste caso. O terceiro tipo de
cálculos são mais pesados, estratificados, compostos por carbonato e fosfatos
de cálcio. Geralmente os cálculos biliares não são puros e compõem-se destas
três substancias. A etiologia da colelitíases dos animais é infecciosa, isto é,
a Colecistite é o seu principal fator. Macroscopicamente os cálculos biliares
tem cor variável de amarelo a castanho, são leves, algumas vezes frágeis,
concentricamente laminados e frequentemente facetados. Estes cálculos biliares
podem obstruir as vias biliares e causar estase biliar como observou-se neste
caso, e causar icterícia obstrutiva e às vezes ruptura da vesícula.
domingo, 28 de julho de 2019
Fibrossarcoma hepático em bovino
São neoplasias malignas,
derivadas de fibroblastos. Mais frequentemente visto nos cães e raro em outras
espécies. A sua localização mais comum nos cães é na glândula mamaria, membros
e gengivas. Entretanto, é visto em qualquer local em que haja tecido conjuntivo.
Às vezes são vistos no sistema urogenital de cães, caprinos, equinos e bovinos
como no caso deste postamento encontrado no fígado de bovino, sendo facilmente
confundidos com leiomiossarcomas. Macroscopicamente são de tamanho variável,
alguns atingindo grandes proporções. São de formas irregulares e nodulares,
limites não muito nítidos e sem capsula, consistência firme como mostra as
fotos. Ao corte o tumor apresenta-se brancacento, lobulado, homogêneo e opaco.
Enfarte anêmico no coração de uma novilha
É uma área
de necrose circunscrita consequente a obliteração súbita de um vaso sanguíneo
que irriga uma região sem adequada circulação colateral. A Classificação dos
enfartes é de acordo com sua
aparência, podendo ser enfartes brancos
ou isquêmicos ou anêmicos como mostra a foto do coração e vermelhos ou
hemorrágicos. Estas designações referem-se à lesão plenamente
constituída. Na fase inicial praticamente todos os enfartes são vermelhos
devido à hiperemia e hemorragia. Os enfartes anêmicos são mais velhos e
denominados senil. A etiologia dos enfartes relaciona-se com as embolias e as tromboses que são as
causas mais frequentes, mas qualquer fator que obstrui vasos. Em resumo a patogenia dos enfartes vai depender
do embolo que obstrui a artéria levando à isquemia que leva à necrose. A macroscopia dos enfartes normalmente tem
a forma cuneiforme com o ápice no ponto da embolia ou da trombose e com a base
na superfície do órgão. Um corte do ápice à base mostrará então a forma de
cunha ou leque como mostra a foto deste coração. As consequências dos enfartes vão
depender da circulação colateral e das anastomoses. Perda da função da zona
enfartada, áreas enfartadas são muito sujeitas às infecções. Se invadida por
bactérias pirogênicas provoca supuração. Se invadida por bactérias saprófitos
pode levar à gangrena e pode haver cicatrização. Pode ser encapsulada por
tecido conjuntivo na periferia.
sexta-feira, 26 de julho de 2019
Encefalite animal
O
sistema nervoso é o mais complexo e diferenciado do organismo, sendo o primeiro
a se diferenciar embriologicamente e o último a completar o seu
desenvolvimento. É muito importante saber que 80% dos animais necropsiados não
apresentam lesões, sendo que 20% têm e são mais lesões microscópicas. É pobre
em estroma, daí dificuldade em seccioná-lo. Deve-se fazer uma prévia fixação em
formol 10%. Fazer cortes transversais, e as alterações ficam mais evidentes. A
inflamação do encéfalo denomina-se encefalite. O sistema nervoso é a parte da
neuropatologia de maior importância veterinária, porque faz parte das
enfermidades infecciosas transmissíveis altamente fatais para os animais,
porque também são comuns as infecções esporádicas e porque a anatomatologia
sempre se vê obrigado a distinguir as inflamações segundo a sua etiologia geral
ou especifica. As principais vias de acesso ao encéfalo é a extensão direta por
traumatismos, otites internas, descornas, caudectomia e inflamações oculares.
As outras vias de acesso é a hematógena, neurotrópica e a linfática. A encefalite
pode ser classificada em linfocitária, purulenta, granulomatoso, parasitário e
necrótico. Os sintomas incluem febre, cefaleia e estado mental alterado, com
frequência acompanhado por crises epilépticas e déficits neurológicos focais.
Um pródromo gastrointestinal ou respiratório pode preceder esses sintomas. Mostra-se
uma foto de bovino com midríase e um bezerro com opistótono que são sintomas
neurológicos apresentados. Mostra-se também uma lâmina com inclusão intracitoplasmática
de Negri. As lesões podem ser agudas com seus pontos cardinais da inflamação em
evidencia como mostra as fotos e crônicas sem a presença dos mesmos.
quinta-feira, 25 de julho de 2019
Linfadenites
São inflamações dos linfonodos
que são órgãos importantes do sistema hemocitopoiético que refletem as
agressões sofridas pelos animais e suas reações. Sendo assim é uma lesão
importante para o inspetor de carne conhecer bem, pois são
manifestações das respostas do organismo. Elas podem serem classificadas em
purulenta, hemorrágica, fibrinosa, necrótica, granulomatosa e hiperplásicas.
Neste postamento não se preocupou em classifica-la, mas identificar os
linfonodos comprometidos que foram os da cadeia mesentérica uma linfadenite
crônica, outro animal com a lesão no linfonodo mediastínico e em outros dois de linfadenite
de ordem aguda.
quarta-feira, 24 de julho de 2019
Congestão hepática em suíno
É um distúrbio circulatório
hepático de grande importância, onde o processo ora tem caráter agudo, ora
crônico que é o mais comum. A congestão passiva aguda é muito comum nas
insuficiências finais do miocárdio, as quais ocorrem em grandes números de
doença. Quando a lesão é crônica que é de maior incidência pode aparecer nas
insuficiências cardíacas de tricúspide, nas pericardites traumáticas e em
certas lesões pulmonares crônicas. A olho nu, o órgão apresenta-se edemaciado e
de cor vermelho-escura que ao corte deixa fluir mais sangue que o normal como
mostra as fotos.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Mineralização em tecidos
Refere-se à deposição de sais
minerais nos tecidos moles. Há dois tipos de mineralização: distrófica onde implica uma lesão
prévia tecidual como mostra a foto, e a metastática onde sempre há
hipercalcemia. Sua etiologia está
relacionada com o Hiperparatireoidismo,
a hipervitaminose D, tumores ósseos, etc. Na macroscopia da mineralização os tecidos apresentam aumento da
consistência e resistência ao corte, lembrando a presença de grãos de areias, e
tem uma coloração brancacenta ou acinzentada como mostra as fotos da costela com um rim próximo e e outra somente do rim. Microscopicamente o deposito de minerais especialmente o cálcio
apresenta-se em forma de grânulos irregulares corando-se intensamente pela
hematoxilina, embora possa corar ocasionalmente pela eosina como mostra a
lâmina de histopatologia mostrando a mineralização na coloração azul. A consequências desta alteração
são permanentes e inócuos. O termo calcifilaxia é a deposição disseminada de cálcio em tecidos previamente
sensibilizados ao cálcio, e a calcinose
é uma mineralização abaixo da pele que pode ser circunscrita ou
generalizada.
domingo, 21 de julho de 2019
Metamorfose gordurosa em órgãos
É o acúmulo anormal de gordura
no citoplasma celular. Também denominada degeneração gordurosa. Sua etiologia está
relacionada com tóxicos químicos (orgânicos e inorgânicos) físicos, infecciosa
e nutricional. Também a hipoxemia pode ser causa. A macroscopia pode ser observada em vários órgãos, mas é
especialmente importante no coração, rim e fígado. Microscopicamente a gordura
aparece sob a forma de numerosas gotículas finas no citoplasma das células como
demonstrado no corte histopatológico do fígado. No coração o miocárdio se torna flácido, de aspecto pálido, com
pontos ou estrias amareladas no endocárdio ventricular. Algumas vezes essas
estrias lembram a pele de tigre, por isso, alguns autores denominam este
aspecto como “coração tigrado”
ou tigroide. No Rim o aspecto do
córtex, particularmente, é pálido amarelado ou discretamente bronzeado. Algumas
vezes o órgão está com o tamanho aumentado de volume e se torna friável. No Fígado como mostra a foto o órgão está
aumentado de volume, amarelado, bordos arredondados, friável e com superfície
de corte untuosa, e às vezes pode flutuar em água. Nas consequências da metamorfose gordurosa pode haver morte celular (necrose), ou
o órgão pode regenerar, ou ainda pode ser invadido por tecido conjuntivo em
casos crônicos.
Degeneração turva hepática
Degeneração turva ou edema celular é a
resposta mais comum e mais importante do organismo. É um distúrbio do
metabolismo proteico. Sua etiologia
é de natureza tóxica e este agente tóxico tanto pode se originar
fora como dentro do organismo. Os agentes tóxicos mais comuns são aqueles
derivados de bactérias e vírus, o que é confirmado pela alta incidência desta
lesão nos processos infecciosos agudos. Entre os tóxicos químicos, se pode-se
citar o tetro cloreto de carbono, clorofórmio, sal de chumbo, de arsênico,
selênio e alcaloides diversos. Também a hipóxia, queimaduras e inanição, podem
causar a degeneração turva como mostra a foto do fígado com esta lesão. Na macroscopia do órgão
(fígado) assim como outros órgãos com está alteração estão aumentados de volume com bordas arredondadas, de cor clara a
acinzentado e tem uma aparência de fervido, cosido ou escaldado.
sábado, 20 de julho de 2019
Degeneração hialina ou hialinose muscular
A
palavra hialina (de hialos = vidro) é usada para indicar qualquer de várias
substâncias de aspecto vítreo, branco, sólido, denso, liso e homogêneo. É mais
vista ao microscópio. Temos basicamente três tipos de hialinose: Hialinose epitelial: Ex: nefrites, corpos amiláceos nos
alvéolos, mamas e próstata. Hialinose
muscular que é o objetivo deste postamento é a
doença do músculo branco também chamada doença de Zenker que é devido à
deficiência de vitamina E, e ou selênio e em equinos que tem como fator
predisponente a dieta rica em carboidrato, falta de exercício, acumulo de
glicogênio muscular, intenso exercício, sudorese abundante e câimbras. Pode
comprometer músculos esqueléticos cardíacos. Macroscopicamente o músculo lesado
é brancacento ou pálido com aparência de carne de peixe como mostra a foto. Hialinose do tecido conjuntivo que é a
mais comum. Acontece na cicatriz velha; corpos albicans; tuberculose e tumores.
A consequência da hialinose é a perda da elasticidade do tecido.
sexta-feira, 19 de julho de 2019
Degeneração hidrópica ou vacuolar
É uma
alteração na qual a água se acumula no citoplasma celular. As células
envolvidas são geralmente epiteliais. A etiopatogenia é de natureza tóxica. O
agente tóxico tanto pode se originar fora como dentro do organismo. Os agentes
tóxicos mais comuns são aqueles derivados de bactérias e vírus, o que é
confirmado pela alta incidência desta lesão nos processos infecciosos agudos.
Entre os tóxicos químicos, se podem citar: tetro cloreto de carbono,
clorofórmio, sal de chumbo, de arsênico, selênio e alcaloides diversos. Também
a hipóxia, queimaduras e inanição, podem causar esta degeneração. A macroscopia
pode se manifestar sob a forma de lesões vesiculares ou bolhas repletas de
líquido como mostra as fotos dos cistos renais, cisto parafoliculares, hiperplasia
cística endometrial e da degeneração cística ovariana na galinha. Também
pode-se citar a queimadura da língua com liquido muito quente, queimadura por
cigarros, etc. Microscopicamente ela se caracteriza pela presença de um espaço
claro em torno do núcleo como mostra a foto histopatológica da bexiga. Estes
espaços claros podem ser confundidos com a degeneração gordurosa. Nos casos
duvidosos deve-se fazer o diagnóstico diferencial mediantes colorações
histoquímicas especiais da gordura.
quinta-feira, 18 de julho de 2019
Amiloidose renal em bovino
Amiloidose ou degeneração amiloide é uma
enfermidade resultante do depósito de substância amiloide nos tecidos causando
alterações morfo- funcionais. Tradicionalmente ela é classificada em primária
que é associada à plasmocitoma, e secundária ligada a processo inflamatório.
A etiopatogenia não é bem conhecida, mas
parece estar relacionada a uma reação antígeno (substância que provocam a
formação de anticorpos) e anticorpos. Nos laboratórios onde se produzem soros
antibacterianos e antitoxinas, a ocorrência da amiloidose nos animais
produtores de soro corrobora esta teoria. De fato, ela é muito frequente em
cavalos usados na produção de soro e antitoxinas para certas doenças
infecciosas, tais como difteria e tétano. Sabe-se também que a amiloidose está
frequentemente relacionada a infecções crônicas prolongadas, tais como
tuberculose, mamite das vacas, anemia infecciosa dos cavalos, nefrites crônicas
dos cães, etc. Sua localização nos
animais domésticos a é rara, exceto cães e cavalos. Como a amiloidose é uma
doença de caráter progressivo, sua tendência é se generalizar e difundir. O
baço, fígado e rins são os órgãos, mas frequentemente acometidos. Quando o
acúmulo é maior os órgãos afetados apresentam-se aumentados de tamanho ou
volume, de consistência firme, pálidos (anêmicos), com cápsula tensa e bordos
arredondados. À superfície de corte tem aparência brancacenta lembrando à cera
incolor como demonstrado nas fotos. Se a amiloidose for muito intensa pode
provocar ruptura do órgão. No baço a amiloidose pode ser focal ou difusa. Na
forma focal o acúmulo se dá nos corpúsculos de Malpighi (em torno das
arteríolas) e aparecem como glóbulos claros arredondados, firmes, contrastando
nitidamente com o fundo da polpa vermelha. É o tradicionalmente chamado baço de
sagu ou de grão de tapioca. Na forma difusa a amiloidose é distribuída pela
polpa esplênica e lhe dá uma aparência semelhante a presunto. Geralmente é
achado ocasional de necropsia, mas pode ter como consequência a ruptura do
órgão. Microscopicamente como demonstra a foto a amiloidose aparece como
substancia homogênea e densa corando pelos corantes usuais em róseo-púrpura.
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Hepatite supurada cronica em vaca
Também denominada supurativa ou purulenta é um tipo de inflamação cujo exsudato inflamatório é o pus que macroscopicamente aparece como um líquido de cor branco amarelado pegajoso de consistência cremosa, que esta localizado no fígado com perda das caraceristicas cardinais da inflamação e sendo cronica pelo aparecimento da infiltrabilidade de tecido conjuntivo fibroso na superfície e parênquima hepático como mostra a foto ao lado. Este tipo de inflamação em resumo, há três requisitos para que haja supuração como a necrose tecidual, a presença suficiente de neutrófilos e digestão do material morto por fermentos proteolíticos.
Peritonite purulenta em bovino
As peritonites são comuns principalmente no cavalo, no bovino e na galinha. Na etiologia das peritonites, as bactérias têm apreciável importância, como bactérias provenientes do tubo digestivo ou do sistema genital feminino. A ascite pode constituir causa adjuvante desta inflamação. Às vezes as peritonites são determinadas pela associação de fatores físicos e químicos. Nas rupturas gástricas ou intestinais, problemas acidentais que se complicam com peritonites, estas resultam da associação de agentes físicos, químicos e bacterianos. As peritonites podem ser classificadas em primárias, se o processo inflamatório compromete inicialmente o peritôneo, e secundária se é a consequência de lesões de órgãos circunvizinhos ou distantes. Ainda quanto ao grau de disseminação as peritonites podem ser classificadas em difusas e localizadas. Quanto ao exsudato elas podem ser classificadas em serosas, fibrinosas, hemorrágicas, gangrenosas e como neste caso em purulenta ou supurada onde o exsudato como mostra a foto é constituído de pus que apresenta como um líquido de cor branco amarelado e de consistência cremosa podendo ser fino e quase aquoso ou espesso e semi sólido.
Assinar:
Postagens (Atom)